Obesidade e sedentarismo aumentam riscos de lesões na coluna, alerta especialista

Obesidade e sedentarismo aumentam riscos de lesões na coluna, alerta especialista

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, mais de 40% da população adulta no Brasil relata dores nas costas. Ao mesmo tempo, o país enfrenta um avanço contínuo da obesidade: mais de 60% dos brasileiros estão com excesso de peso, segundo o Vigitel 2023 (MS).

As dores na coluna se tornaram uma das queixas mais comuns entre os brasileiros, e não é por acaso. O aumento do sedentarismo, associado ao sobrepeso e à má postura, especialmente durante o uso excessivo do celular, tem causado impactos sérios na saúde da coluna vertebral.

“Estamos diante de uma verdadeira epidemia silenciosa. O excesso de peso sobrecarrega a coluna, principalmente a região lombar. As vértebras, os discos intervertebrais e as articulações acabam sendo forçados diariamente, aumentando o risco de lesões como hérnias de disco, artroses precoces e dores crônicas”, explica o ortopedista e especialista em coluna, João Rufino.

Segundo o médico, cada quilo acima do peso ideal representa um esforço extra para a coluna vertebral. Essa sobrecarga provoca o desgaste acelerado dos discos intervertebrais — estruturas responsáveis por absorver o impacto entre as vértebras. Com o tempo, podem surgir hérnias de disco, que causam dores irradiadas, formigamentos e até limitação dos movimentos.

Outro agravante é o uso contínuo e inadequado de dispositivos móveis. Um estudo da revista Spine mostrou que a inclinação da cabeça ao olhar para o celular pode gerar uma pressão de até 27 quilos sobre a coluna cervical. “O uso prolongado do celular, especialmente em posturas curvadas, acelera o desgaste da região do pescoço e pode causar a chamada ‘síndrome do pescoço de texto’, comum hoje em adolescentes e adultos jovens”, destaca Rufino.

Além das lesões estruturais, o excesso de peso e a má postura também provocam alterações musculares e inflamações que agravam ainda mais os sintomas. A dor pode irradiar para braços ou pernas, e em casos mais graves, comprometer a qualidade de vida e a capacidade de trabalho. “Manter um peso saudável, praticar atividades físicas regulares de baixo impacto, fortalecer a musculatura abdominal e das costas, e corrigir hábitos posturais, como a posição ao usar o celular, são fundamentais para proteger a coluna”, finaliza especialista.

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