Casos de hipertensão em jovens crescem e acendem alerta entre especialistas

Casos de hipertensão em jovens crescem e acendem alerta entre especialistas

A hipertensão arterial, historicamente associada à terceira idade, vem atingindo cada vez mais adolescentes e adultos jovens no país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, são mais de 3,5 milhões de registros somente no Brasil. O crescimento de casos nessa faixa etária tem preocupado especialistas, que alertam para os riscos de complicações cardiovasculares graves antes dos 50 anos, como infarto e AVC.

“A hipertensão é uma doença metabólica do sistema cardiovascular, e ocorre principalmente pelo aumento da resistência dos vasos, artérias. Em 98% dos casos é de origem genética, sendo os demais associados a doenças renais. Jovens cada vez mais sedentários, com alimentação inadequada e com hábitos de tabagismo, principalmente cigarros eletrônicos, são cada vez mais cedo acometidos”, explica o médico cardiologista da Hapvida, Josely Figueiredo Jr.

Em um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), envolvendo 3 mil crianças de diferentes estados brasileiros, foi constatado que 10% delas, com idades acima de 7 anos e sem apresentar sintomas, já apresentavam hipertensão devido principalmente ao consumo excessivo de sódio.

Para a comerciante Sumaya de Freitas, de 32 anos, receber o diagnóstico de hipertensão aos 19 anos foi um choque. “Eu sempre associei pressão alta a pessoas mais velhas. No começo, foi difícil aceitar que teria que mudar meus hábitos tão cedo. Tive que aprender a me alimentar melhor, praticar exercícios regularmente e, principalmente, controlar o estresse. Aprendi que cuidar da saúde não tem idade certa para começar”, contou.
Tratamento e prevenção
O tratamento em jovens deve começar com mudanças no estilo de vida: alimentação saudável, redução de peso, prática de atividade física regular, sono de qualidade e controle do estresse. “A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica e assintomática, entre os sintomas estão as fases tardias e já com complicações de órgãos como: coração, rins e cérebro. O tratamento consiste em mudança de hábitos de vida e muitas vezes no uso diário de medicação para o controle efetivo e melhora na sobrevida”, afirma o cardiologista.

A prevenção também é fundamental, especialmente em filhos de hipertensos, que têm maior predisposição genética à doença. Os sintomas de hipertensão são pouco frequentes, mas podem surgir quando a pressão é muito superior, podendo incluir náuseas, tontura, cansaço excessivo e até visão embaçada. 

Fatores de risco
Para o médico, alguns fatores de risco incluem a obesidade, sedentarismo. “Outros fatores se entendem com o tabagismo, etilismo, consumo desordenado de anti-inflamatórios e ingestão elevada de sal são os principais fatores de risco para a hipertensão”, disse Josely.

“Precisei eliminar o consumo de alimentos industrializados e reduzir o sal na comida. E, principalmente, aprendi a respirar fundo e a me permitir tentar ter uma vida ‘normal’. Controlar a pressão não é fácil, mas é possível — e vale a pena”, finalizou Sumaya.

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