Décima edição do Amazônia (FI)Doc tem programação extensa e diversificada
Com 820 filmes inscritos, 531 curtas (235 documentários e 298 filmes de ficção) e 289 longas (185 documentários e 104 filmes de ficção), a décima edição do Amazônia (FI)Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema Festival, que será realizado de 19 a 27 de novembro, terá seis mostras competitivas, uma mostra especial, uma mostra especial de filme indígena, dois lançamentos, uma sessão comentada, quatro oficinas, dois masterclasses e dois estudos de caso.
Foram inscritas produções da Colômbia (26), Venezuela (18), Peru (17), Equador (5), Guiana (4), Bolívia (5) e Suriname (1).
Projeto de 15 anos, com nove edições já realizadas, o festival Amazônia (FI)Doc propõe um recorte curatorial e geopolítico que contempla os nove países da Pan-Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa), nos formatos curta, média e longa-metragem, nos gêneros documentário, animação e ficção, além de videoclipes e videoarte.
O Amazônia (FI)Doc terá uma programação extensa e diversificada com Mostras Competitivas, oficinas e mesas de discussão sobre roteiro e produção cinematográfica, nos oito dias do evento.
Durante a cerimônia de abertura da décima edição do Amazônia (FI)Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema nesta quarta-feira (20), será exibido o filme “A queda do céu”, baseado no livro do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa.
O público convidado terá a oportunidade de assistir o documentário de 1 hora e 50 minutos dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha e baseado no livro do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, escrito em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert. Depois da exibição do filme “A queda do céu”, o xamã Davi Kopenawa e a professora Zélia Amador de Deus, personalidade importante do movimento artístico e cultural da região amazônica, receberão homenagens especiais. Está programado, ainda, um bate-papo com a equipe do filme, com a participação do xamã Davi Kopenawa.
Para Zienhe Castro, diretora-geral do Amazônia (FI)Doc, o Festival Pan-Amazônico de Cinema tem como recorte se debruçar sobre a produção cinematográfica dos países que ocupam a floresta amazônica. “É um trabalho de garimpagem para dar maior visibilidade à produção que ocorre nesses territórios. A presença do Brasil sempre é mais forte. O Brasil, hoje, na minha opinião, tem a maior produção cinematográfica da pan-amazônia. Nós temos produções muito consolidadas na Colômbia, que tem o mais antigo festival da América do Sul, Cartagena das Índias, com 63 anos. O nosso está completando dez edições em 15 anos de jornada”, assinalou.
Os festivais de cinema, observou Zienhe, são importantes para escoar uma produção que não tem janela de exibição nas salas de cinema comerciais. “O festival promove a difusão dos temas relevantes para o debate socioambiental e sociocultural e apresenta para a sociedade o que está sendo debatido a partir dos temas suscitados nessas produções”, disse.
Segundo Felipe Pamplona, coordenador de Produção e Curadoria do Amazônia (FI)Doc, o conceito e o norte que guiam a ideia do festival é cada vez mais mostrar, “por meio dessa potência incrível da imagem e do som”, que existe um território não delineado por fronteiras físicas e que se materializa por uma comunicação ancestral. “O cinema dá conta muito bem disso, seja como documentário ou como ficção. A música popular paraense, na sua relação com o Caribe, já comprovou isso. E agora isso vem com o cinema. Nós somos um festival consolidado na região. Isso é uma vitória”, afirmou.
Com financiamento da Lei Paulo Gustavo (mostras e festivais) e da Lei Rouanet (patrocínio oficial do Instituto Cultural Vale), a décima edição do Amazônia (FI)Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema retrata realidades e evidencia o protagonismo da produção cinematográfica amazônida. Para Manoel Leite Jr., coordenador-geral do Amazônia (FI)Doc, a proposta de conceber um festival pan-amazônico pressupõe integração e reconhecimento. “O festival começou com documentários, mas teve edições com ficção. Em 2023, ele assume a ficção e muda o nome de Amazônia Doc para Amazônia (FI)Doc. É preciso reconhecer que existe uma Amazônia que não é definida por questões geopolíticas, mas que envolve partes desses países como um todo. E elas se comunicam”, assinalou.
A programação completa pode ser acessada em https://amazoniadoc.com.br/
Serviço
Abertura do Amazônia (FI)Doc – Festival Pan-Amazônico de Cinema.
Exibição do filme “A queda do céu”, com a presença dos realizadores Eryk Rocha, Gabriela Carneiro Cunha e Davi Kopenawa.
Local: CCBA (Rua Manoel Barata com rua Campos Sales, Campina).
Data: 20 de novembro.
Hora: 19 horas / 23h30.
Lotação: 100 pessoas.
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