Dengue, zika e chikungunya crescem com a instabilidade do clima, e médicos alertam para prevenção e atendimento precoce
Com dias cada vez mais quentes, chuvas intensas e sensação térmica sufocante, Belém está sentindo os efeitos diretos das mudanças climáticas e o impacto vai muito além do desconforto: o número de casos de viroses tem aumentado consideravelmente. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), de janeiro até maio, mais de 10 mil casos de gastroenterites e quadros gripais foram registrados na capital.
A dona de casa Lúcia Sousa, moradora da Cabanagem, sabe bem o que isso significa. “Em menos de dois meses, três pessoas da minha rua pegaram dengue. Meu sobrinho de 9 anos ficou internado porque teve febre alta e vômito. A gente limpa o quintal, mas com tanta água acumulando por causa da chuva, é difícil controlar”, conta ela, preocupada.
Segundo a médica da Hapvida, Bárbara de Alencar, os efeitos do clima têm favorecido a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya. “Com o aumento das temperaturas e das chuvas, temos mais focos do mosquito. A água parada, mesmo em pequenos recipientes, vira criadouro. Isso, somado à baixa cobertura de prevenção em algumas áreas, forma o cenário ideal para surtos. Sem falar que com a mudança do clima, sol e chuva, as viroses gripais chegam com toda força também”, explica a médica.
Identificar os primeiros sintomas é essencial para evitar complicações. “Os quadros geralmente começam com febre alta, dores no corpo, cansaço e, no caso da dengue, podem surgir manchas vermelhas na pele. Já a chikungunya tende a provocar dores articulares intensas. Se a febre persistir por mais de dois dias ou houver sinais de desidratação, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente”, orienta Bárbara, citando algumas medidas preventivas para evitar a contaminação e a transmissão de vírus, especialmente os transmitidos por mosquitos. “Manter caixas d’água tampadas, eliminar recipientes que possam acumular água, como pneus e garrafas, e limpar calhas regularmente são medidas simples, mas eficazes”, destaca.
O uso de repelentes também é recomendado, sempre observando a escolha de produtos seguros, especialmente para gestantes, alerta a médica. Outras medidas importantes incluem telar janelas, utilizar mosquiteiros e evitar a exposição ao ar livre nos horários de maior atividade do mosquito, como o amanhecer e o entardecer. “A orientação é clara: com atenção aos sintomas e prevenção contínua, é possível reduzir o impacto das doenças típicas deste período do ano”.
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