Escola pública do Pará ganha destaque internacional na COP 30 com projeto inspirado em castanheira centenária

Escola pública do Pará ganha destaque internacional na COP 30 com projeto inspirado em castanheira centenária

A potência da educação pública amazônica ganhou o palco global nesta quarta-feira (12), durante a programação oficial da COP30, no estande da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), em Belém. A Escola Municipal Mariana Leão Dias, localizada em Tucuruí, no sudeste do Pará, foi uma das protagonistas do dia ao apresentar o projeto “Sombra da Castanheira”, finalista do Prêmio Escolas Sustentáveis 2025, um relevante reconhecimento internacional voltado à educação e ao desenvolvimento socioambiental na América Latina.

Promovido pela Fundação Santillana em parceria com a OEI, o prêmio é um concurso internacional voltado a escolas do Brasil, México e Colômbia, com o propósito de identificar, reconhecer e dar visibilidade a instituições comprometidas com a construção de um futuro sustentável.

Desde sua criação, em 2023, o prêmio já recebeu cerca de 3.000 projetos, formando uma rede de escolas unidas por seu compromisso com a sustentabilidade. A escola paraense integrou o seleto grupo dos dez projetos finalistas, com uma proposta  que transforma o ambiente escolar a partir da cultura local, da leitura e da valorização da natureza amazônica.

“Estar entre tantos projetos e ver o nosso, de uma escola pública do interior do Pará, reconhecido em um evento como a COP 30, é emocionante. Nós ressignificamos um espaço que antes era degradado, que refletia no aprendizado e colocava a escola em penúltimo lugar no desempenho, e o transformamos em um lugar vivo, enraizado na nossa cultura”, destacou a diretora Elizângela Damasceno durante o painel.

A essência do projeto nasce de um símbolo vivo da comunidade: uma castanheira centenária presente na área da escola. A partir dela, foi criado um ambiente de convivência e leitura denominado redário literário, onde os alunos são incentivados ao hábito da leitura conectada à identidade amazônica.

“A castanheira representa nossa história, nossa força. Ela viveu tantas transformações em Tucuruí. A partir dela, criamos um espaço que fala da nossa gente, do embalo da rede, do ritmo da nossa cultura. Nossas crianças passaram a ler mais porque se reconheceram ali”, explicou Elizângela.

Para Karyne Castro, gerente de projetos da Fundação Santillana, o projeto reflete exatamente o propósito do prêmio, que é o de valorizar iniciativas lideradas pela escola que reverberam para além dos muros. “É muito gratificante ver o Prêmio Escolas Sustentáveis chegar tão longe e tocar tantas vidas. Estamos formando uma rede em prol da sustentabilidade na educação. A ‘Sombra da Castanheira’ se destaca porque une leitura, pertencimento cultural e educação ambiental de forma genuína e transformadora”, afirmou.

O Prêmio Escolas Sustentáveis tem como compromisso impulsionar práticas que aliam educação, desenvolvimento sustentável e participação comunitária, reconhecendo projetos protagonizados por alunos e professores que apresentem soluções reais, aplicadas no dia a dia escolar e com impacto direto nos territórios.

Ao final da apresentação, a diretora reforçou o valor simbólico da presença de uma escola da Amazônia no debate climático global. “Partilhar a vivência da Escola Mariana Leão Dias é mostrar que a educação pública também constrói soluções, semeia consciência ambiental e inspira o mundo a partir da nossa floresta e da nossa gente.”

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