Festas de final de ano acendem o alerta para os transtornos alimentares

Festas de final de ano acendem o alerta para os transtornos alimentares

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), transtornos alimentares, como a anorexia, bulimia e compulsão alimentar, são doenças psiquiátricas graves que afetam milhões de pessoas no mundo. O período das festas de fim de ano é marcado por celebrações, encontros familiares e mesas fartas. No entanto, para muitas pessoas, essa época também pode ser um gatilho para transtornos alimentares ou o agravamento de sintomas já existentes. A pressão social, comentários sobre o corpo e o consumo excessivo de alimentos durante as celebrações podem impactar negativamente a saúde mental e emocional.

De acordo com a psiquiatra Daniele Boulhosa, as pessoas têm a tendência de exagerar na comida durante o Natal e, logo após, adotar dietas restritivas no início do ano. “Esse ciclo de exagero seguido por restrição pode ser extremamente prejudicial, pois reforça comportamentos alimentares disfuncionais e pode desencadear transtornos como compulsão alimentar, além de aumentar a culpa e a ansiedade em relação à comida”, alerta a especialista.

Outro ponto crítico são os comentários sobre o corpo e os hábitos alimentares, comuns em reuniões familiares. Frases como “vai repetir?” ou “engordou desde o último Natal” podem parecer inofensivas, mas, segundo a psiquiatra, elas funcionam como gatilhos para pessoas que sofrem com transtornos alimentares ou insegurança corporal. “Muitas vezes, esses julgamentos reforçam sentimentos de inadequação e culpa, alimentando um ciclo de ansiedade e comportamento disfuncional em relação à alimentação e à própria imagem”, explica.

Para lidar com esses desafios é fundamental adotar uma postura mais empática e cuidadosa durante as celebrações, diz Daniele. “Evitar comentários sobre peso ou quantidade de comida e focar na convivência e nos momentos de afeto pode tornar as festas mais acolhedoras para todos. Além disso, a busca por apoio profissional, como psicólogos e psiquiatras, é essencial para aqueles que enfrentam dificuldades com a relação com a comida. Promover um ambiente de respeito e compreensão contribui não apenas para a saúde física, mas também para o bem-estar emocional, permitindo que o verdadeiro espírito de celebração prevaleça”, finaliza.

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